segunda-feira, julho 03, 2006

Los Álamos: a reação química


Engraçado. Mesmo dado a uma paixão lasciva, panaca até, pela boa música (perdoa amor), veja só: quantas resenhas, quantos “o que estou ouvindo”, enfim, quantos odes aos bons sons desfacelei desde 20/06/2006, data de fundação desse blog maldito? Adoro ser maldito, sabes, porém respondo - não precisa pensar. Nada, niente, nothing, porcaria nenhuma.
Pois então vou eu, neste segundo dia de julho, cheio de pressa (falta pouco para a minha desgraçada volta os afazeres de uma área de faturamento...), escrever um pouco sobre essa banda de sotaque portenho. Jogam no ar muito reverb e delay; e quando decidem virar o disco, enfrentam uma sonoridade acústica que é um mistão roceiro de Kinks com Bob Dylan. Se jogasse o Los Álamos - banda da vez - no jogo de cartas, estes seriam os curingas do novo rock.
Fato foi: na matéria publicada na versão capenga da histórica revista Bizz de uns meses atrás, intitulada “vinte e seis coisas realmente interessantes do novo rock” (coisa do tipo, perdoa as aspas, mas a crítica não), os rapazes de lá já visionaram a esperteza deste grande blogger e citaram na frente deste que vos escreve os méritos do conjunto. São bons mesmo, e argentinos. Sim, a esperança da América latina.
No disco chamado “no se menciona la soga en la casa del ahorcado”, debut dos Alamos, vê-se claramente uma interferência de anos sessenta, visto parece, por um britânico bitolado dos anos 90.. E isso é bom, a jogada flui, pois veja só: na primeira faixa “asiento trasero”, me deparo com um Belle & Sebastian de “the boy with the arab strap” com vocais estupidamente gelados. Dá certo? Sim, funciona belissimamente. O vocalista lembra do passado, canta com frases curtas a criancice que passou; nome de música em espanhol com letra em inglês, que engraçado. A música cresce, as guitarras se cruzam e num momento sem aviso, a música cessa. A faixa 02 vem então, já com meu selo de aprovação estampado no rosto.
Coragem é ter um bandolinista, integrante oficial da banda nesses tempos de ploc, plocs modernos do chamado hype; são regressistas sabe, não procuram nada do que por ventura existiu um dia. O chacundum deles é outro; são primos tristes do The coral e irmãos sujos dos já citados Belle & Sebastian Mas têm estilo. Jogam baixo para arrecadar alto. Nunca tocarão numa pista de dança, presumo. Não nas de hoje Estão mais para um lounge cheio de feno.Será que os anos 90 voltaram a estar na moda? Sei não...
Eu adoro esses hermanos.


Saiba mais, dados idiotas e coisa que o valha, no sítio oficial deles:

http://www.lostalamos.com.ar/

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