domingo, outubro 15, 2006

Latrocínio mata a luz

O homem pensa que está na casa do por vir
O homem não sabe que mora no canto que já veio
Alguém detém minha pressa
E à custo da veia
Da saliência na testa,
deitada, amarga, que socorre o fluxo
Paga pelo dissabor da frustração

Vem cá, coloca mais pausa na voz e me explica:
entre mim, o mundo e o atrito,
Algo mais pode esfoliar o espasmo,
Controlar o marasmo?
Desci do muro e a ladeira
Me pressiona a desabar

E pela dor seguida, constato
Que o remédio não é o comprimido
Sei lá, cairia melhor no pulmão
desacatar a rotina
Gritar, sem estancar a sangria
Pois veja: o ladrilho que vigora
no limiar do olhar,
é estilhaço do corpo frágil

Deixar pra mais tarde não vinga,
é questão pro momento
Vai, xinga e me dê ao trabalho
Me faz lembrar que o Vesúvio explodiu
Eu dito a instrução, veja meu rosto!
Colore a emoção desse moço
A potência atirou em seu flanco
E a mudança - prepare-se
lhe cairá muito bem, meu belo.

M.N