quarta-feira, dezembro 27, 2006

bip das sete (antes e depois)

Se rompe do ensaio
Se mexe e vai fundo
Enterra o nariz no sofá
Logo depois do bip das sete

(É esse o seu jeito
de fazer festinha no desinteresse)

Da ducha ao lençol, depois do café
Na fricção do antebraço
Sente o arder de seus ossos
Da ansiedade do porvir que não vem
Sem fatos pra encher triviais
Só pena; pasmo, a solução vacila
Acordado, a pressão surpreende cortando

Me equivoco, sou eu que evoco essa espada
Visto a calça, como o embrulho do pão
Encho o espelho, desmonto a espécie de choro
Largo o enguiço, prendo o esforço
Adio o espasmo de verso curto
E vou na calma, que o rosto não quer simular

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